domingo, 20 de junho de 2010

Os Grandes de Espanha e o pequenino de Boliqueime

Realizou-se hoje o funeral de José Saramago. O Presidente da República resolveu não estar presente.

Ao mesmo tempo, aqui ao lado, a Espanha enviou-nos a sua vice-presidente do Governo, que fez um discurso lúcido e emocionado. O Presidente do Governo fez uma declaração curta e inteligente de adeus ao seu amigo. Mariano Rajoy, chefe da oposição, contra quem Saramago se bateu em campanhas políticas, publicou um texto belíssimo e digno.

Eis os factos, na sua simplicidade. Do lado de lá da fronteira, a grandeza de quem sabe que, para lá das opiniões que se têm, o reconhecimento da valia do adversário é a marca de quem merece o nosso respeito. Do lado de cá, a ignorância e a pequenez de quem foi incapaz de honrar o dever de nos representar a todos.

O Senhor Silva, como lhe chama um dos seus mais notórios amigos, que em nosso nome beijou o anel do Chefe de Estado do Vaticano, que em nosso nome recebeu e saudou um grupo de futebolistas, não quis, se calhar para não perder mais uns votos da direita, estar onde devia ter estado hoje. Foi mesquinho, foi pequeno. Não merece representar-nos. Ele, que diz que a Língua Portuguesa deve ser uma prioridade nacional, recusou o nosso último preito ao homem que mais fez pela nossa Língua nos últimos cinquenta anos. É mesquinho e é pequeno.